V Pedala Fronteira reúne mais de 150 nos dois dias de evento
Pedalada e debates sobre ODS marcaram essa edição
Aconteceu na sexta-feira (28/02) e no sábado (29/02) o Pedala Fronteira 2020, organizado pelo Grupo de Educadores Ambientais sem Fronteiras (Geasf), em Bela Vista (MS). O evento, que está em sua quinta edição, proporciona um canal de diálogos entre jovens e as demais gerações, estimula a consciência ambiental e promoveu debates sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O primeiro dia contou com uma palestra sobre os ODS, ministrada por Josiane Barbosa, representante da Mupan - Mulheres em Ação no Pantanal. Essa atividade como um todo é resultado de uma articulação da Mupan, junto ao Programa Mulheres 2030, para "alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas", conforme o ODS 5. A Wetlands International Brasil no marco do Programa Corredor Azul incorporou essa agenda.
Também houve apresentações de danças típica paraguaia, além de uma apresentação solo com interpretação de polcas. O Pedala Fronteira é uma ação conjunta entre educadores da parte brasileira da cidade de Bela Vista com educadores do lado paraguaio. No sábado as atividades começaram cedo, com a já tradicional pedalada. Depois aconteceu a Feira de Trocas, na qual os participantes trocaram objetos para incentivar o consumo sustentável. Nos dois dias cerca de 150 pessoas, do Brasil e do Paraguai, participaram.
Para finalizar o Pedala Fronteira 2020 foram organizadas rodas de conversa para discutir os ODS sensíveis a gênero: o grupo 1 debateu o ODS 2, Fome Zero e Agricultura Sustentável; o grupo 2 discutiu o ODS 5, Igualdade de Gênero; o grupo 3 falou sobre o ODS 6, Água Potável e Saneamento; o grupo 4 discorreu sobre o ODS 11, Cidades e Comunidades Sustentáveis; e o grupo 5 debateu o ODS 13, Ação Contra Mudança Global do Clima.
"Este encontro é importante porque une dois povos em prol de um assunto que precisa ser discutido na atualidade, que é o meio ambiente. São dois países vizinhos que compartilham recursos hídricos. Foram dois dias de intercâmbio de conhecimentos e preocupações e houve grande participação dos jovens, público que queremos atingir diretamente, já que com a educação ambiental eles podem assegurar sua própria existência em harmonia e equilíbrio com a natureza", avalia a professora Celya Azuaga.
Para Giuliano Pimenta Couto, engenheiro agrônomo da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familar (Semagro), é fundamental a participação de crianças e jovens em eventos como este. "Questões do meio ambiente são pontuais para o hoje. Trabalhando com crianças e acadêmicos conseguimos conscientizar todos para essas questões, pois eles levam para casa e cobram dos familiares", afirma.
No evento a Agraer ministrou uma oficina sobre produção sustentável, onde mostrou a importância da apicultura, polinização, adubação orgânica e cuidados com o solo. "Acho que conseguimos contribuir de alguma forma, para a consciência de todos os participantes", reflete.
Para Keyla, professora de educação infantil que estava com a filha de 9 anos e o filho de 14 anos, é urgente debater sobre o meio ambiente. "Todos que participaram saem com uma grande bagagem. Espero que façam mais ações como essas, pois temos que passar essa conscientização para os mais jovens", frisa.
Programa Mulheres 2030
O Pedala Fronteira 2020 faz parte da agenda do Programa Mulheres 2030. A Mupan está como instituição articuladora no Brasil para o Programa, que está sendo viabilizado a partir de um consórcio entre a Aliança do Gênero e da Água (GWA - Gender and Water Alliance), a Coalização Global pelas Florestas (GFC - Global Forest Coalition), as Mulheres Envolvidas com o Futuro Comum (WECF - Women Engage for a Common Future), os Princípios de Empoderamento de Mulheres (WEP - Women's Empowerment Principles); e o Fórum Ásia-Pacífico sobre Mulheres, Direito e Desenvolvimento (APWLD - Asia Pacific Forum on Women, Law and Development), o qual conta com apoio da Comissão Europeia. O Programa envolve 52 países em todos os continentes, sendo que na América Latina são: Bolívia, Paraguai, Chile, Colômbia, Panamá e México, além do Brasil.
O objetivo do Programa Mulheres 2030 é avançar nos processos de desenvolvimento sustentável local e regional, equitativo, inclusivo e ambiental. Desenvolvendo a capacidade das organizações da sociedade civil de mulheres e envolvê-las nos processos políticos do Acordo climático de Paris e Agenda 2030. Para atingir esses objetivos, há a facilitação e a participação no desenvolvimento e monitoramento de políticas, mobilização e o compartilhamento das melhores práticas.