No Dia do Pantanal, Wetlands International e parceiros vão ao DF discutir medidas efetivas de proteção ao bioma
No dia 12 de novembro, a Wetlands International e mais 29 instituições ambientais se reunirão na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para cobrar mais atenção com o Pantanal. O que deveria ser um dia de comemoração, na verdade será um momento para alertar sobre o que vem acontecendo no bioma. É preciso que o poder público e a sociedade se conscientizem da necessidade de combater as ameaças, desenvolvendo políticas públicas de proteção mais eficazes.
Durante o evento, será composta uma mesa com representantes das instituições para apresentar as principais ações de iniciativas e projetos de conservação do bioma, além de publicações e exibições de teasers de documentários. Dentre elas, o documento "Nova Hidrovia Paraguai-Paraná: uma análise abrangente", um estudo do Programa Corredor Azul, da Wetlands International (WI), que traz uma análise de conjuntura e factibilidade política, econômica, social e ambiental da hidrovia. Além da apresentação da carta aberta elaborada pelas lideranças da WI, que pede ações coletivas para prevenir e evitar novos incêndios no Pantanal. Para completar a programação, estão previstas palestras de representantes de organizações que atuam na região.
Apesar do alto grau de conservação do Pantanal, em comparação com os outros biomas brasileiros, este está longe de ser considerado totalmente protegido. É com frequência que vermos a região como cenário de destruição, ocasionado muitas vezes pela ação daqueles que a exploram. Nos últimos meses os incêndios florestais vêm impactando fortemente na fauna e na flora, causando transtornos nas áreas urbanas e acarretando perda econômica na vida daqueles que tiram seu sustento da natureza.
Observa-se ainda, a degradação das nascentes e assoreamento de rios, devido ao desmatamento. Um desastre ambiental que favorece o surgimento de imensos desertos inundados, onde antes já haviam sido espaços de pastagens produtivas. Outro grande risco é a instalação de inúmeras Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no planalto, que afetam diretamente a planície.
Para piorar, no último dia 6 de novembro, o governo federal publicou um decreto revogando uma proibição que vigorava havia dez anos à expansão do cultivo de cana em três regiões sensíveis: a Amazônia, o Pantanal e a Bacia do Alto Paraguai. Com o fim da legislação, em tese, não existem mais restrições para o plantio da cultura no país. O zoneamento vinha sendo uma garantia da sustentabilidade do álcool brasileiro.
O Pantanal está sob forte ameaça, por essa razão, medidas para sua proteção se mostram urgentes.
*Transmissão
ao vivo, a partir das 14h, pelo site da Câmara dos Deputados
https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/58440