Mulheres compartilham experiências em oficina sobre ODS
Durante a capacitação elas também se perceberam como agentes transformadoras da sociedade
Para ajudar mulheres a se perceberem como agentes transformadoras da sociedade, foi realizada na noite de quinta-feira (5), no Instituto de Educação Cooperar, a oficina Estratégias e Planos para Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) Sensíveis a Gênero.
Cerca de 32 mulheres compareceram à oficina, que foi organizada pelo Movimento Mãe Águia e Escola de Mães, que participou de uma capacitação sobre ODSs sensíveis a gênero promovida pela Mupan - Mulheres em Ação no Pantanal, em 2017. A Wetlands International Brasil no marco do Programa Corredor Azul incorporou essa agenda.
As atividades começaram com as mulheres compartilhando experiências de suas antepassadas, falando sobre como era a realidade e até sobre situações de violência vivenciadas por suas avós e mães, comparando com a realidade em que estão inseridas hoje em dia.
"Nas oficinas que ministramos sobre ODSs sempre fazemos essas trocas. A melhor metodologia para multiplicar o conhecimento é assim, no corpo a corpo, olho no olho, falar das experiências pessoais, o aprendizado é maior em grupo", reflete Silvia Tavares Farina, professora e coordenadora da Escola de Mães Luz.
Após esse momento, Silvia explicou o conceito dos ODSs e trabalhou mais com os Objetivos 5, 'Igualdade de Gênero', 10, 'Redução das Desigualdade', e 16 'Paz, Justiça e Instituições eficazes'.
Geralda Fátima Espíndola Rafael, do lar, participou da ação. Ela falou um pouco sobre sua realidade e achou importante o ganho de conhecimento que teve após o debate. "De noite, geralmente, eu fico sentada na sala de casa com meu marido sem fazer nada. Resolvi vir para ganhar conhecimento e acho que me agregou muito, tivemos espaço de falar, debater e principalmente para escutar. Volto para casa sabendo que posso contribuir com bastante coisas para ajudar nosso planeta", enfatiza.
Por fim as participantes foram adicionadas em um grupo de aplicativo de troca de mensagens, para que continuem compartilhando suas experiências e as estratégias de como aplicar os ODSs em sua realidade. "Com essas oficinas nos tornamos multiplicadoras de conhecimento, vemos que acontece uma movimentação na vida dessas mulheres, já que elas saem de sua zona de conforto e vão para o aprendizado, aí se percebem como agentes transformadoras da sociedade", Conclui Silvia.
Programa
Mulheres 2030
A Mupan está como instituição articuladora no Brasil para o Programa Mulheres 2030. O Programa está sendo viabilizado a partir de um consórcio entre a Aliança do Gênero e da Água (GWA - Gender and Water Alliance), a Coalização Global pelas Florestas (GFC - Global Forest Coalition), as Mulheres Envolvidas com o Futuro Comum (WECF - Women Engage for a Common Future), os Princípios de Empoderamento de Mulheres (WEP - Women's Empowerment Principles); e o Fórum Ásia-Pacífico sobre Mulheres, Direito e Desenvolvimento (APWLD - Asia Pacific Forum on Women, Law and Development), o qual conta com apoio da Comissão Europeia. O Programa envolve 52 países em todos os continentes, sendo que na América Latina são: Bolívia, Paraguai, Chile, Colômbia, Panamá e México, além do Brasil.
O objetivo do programa Mulheres 2030 é avançar nos processos de desenvolvimento sustentável local e regional, equitativo, inclusivo e ambiental. Desenvolvendo a capacidade das organizações da sociedade civil de mulheres e envolvê-las nos processos políticos do Acordo climático de Paris e Agenda 2030. Para atingir esses objetivos, há a facilitação e a participação no desenvolvimento e monitoramento de políticas, mobilização e o compartilhamento das melhores práticas.
Nessa parceria realizamos a Oficina Nacional de ODS Sensíveis a Gênero em Campo Grande/MS (setembro 2017) para a formação de formadores. Na proposta do Programa, a Mupan, em articulação com instituições para aplicação da metodologia (oficinas, instrumentos de coleta, entre outros), busca alcançar lideranças e suas comunidades urbanas e rurais - indígenas, quilombolas, fronteiriças, litorânea, agricultura familiar, economia solidária, etc.