Comitê da Bacia Hidrográfica do Miranda promove ciclos de palestras em Bodoquena

30/03/2023

Encontro abordou questões ambientais pertinentes para a manutenção da saúde da Bacia Hidrográfica do Miranda que banha 20 municípios do MS.




Qualidade da água, uso do solo e conservação do Pantanal foram temas em destaque no segundo ciclo de palestras do Comitê da Bacia Hidrográfica do Miranda. O encontro foi promovido na última terça-feira (28), no auditório Gilberto Saraiva, na Prefeitura Municipal de Bodoquena.

"Trabalhar em rede é muito importante e o Comitê tem esse papel para pensarmos em conjunto sobre as boas ações e, principalmente, nos desafios que nos são apresentados", pontua Liliane Lacerda, do Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB), que complementa, "O projeto Águas de Bonito é um case que tem como objetivo formar uma rede de cooperação com boas práticas de conservação e de gestão compartilhada para bacias hidrográficas da cidade de Bonito visando à conservação dos recursos hídricos. Não basta ficar em autuações e multas, mas, seguir para o diálogo e articulações".

O encontro reuniu setores da sociedade para debater ações em benefício da bacia hidrográfica que corta 20 cidades sul-mato-grossenses, em especial, a questão da conservação do bioma pantaneiro que contribui com o bem-estar das pessoas e pode ser aliada do setor produtivo.


"O meio ambiente não atrapalha, quando bem gerido ele ajuda no desenvolvimento sustentável. A gente ouve que o Pantanal tem 84%, 85% de área nativa, hoje, já não mais. De 2016 para cá, a média de pedido de licenciamento para desmate no Pantanal é de 60 mil hectares ano. Nós temos mais de 400 mil hectares de pedido de desmate no Pantanal, algo que, legalmente, é direito do produtor", diz Felipe Dias, engenheiro agrônomo e diretor executivo da SOS Pantanal que, no entanto, pondera quanto aos cuidados para as emissões desse documento, "A forma de dar é que tem que ser pensada e, de que forma, será utilizada [licenciamento]. Esses 84% de área nativa tem diminuído bastante, ou seja, as estatísticas mostram dados que requerem uma atenção do todo".

Na reunião, também foram pautados assuntos como ações do governo do Estado para melhoria da qualidade das águas; Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) uso múltiplo Rios Cênicos Formoso e Prata; medidas da Prefeitura de Bodoquena para melhoria da qualidade das águas; Projeto Cabeceiras, coordenado pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP); Observ'água - Sistema de Monitoramento Integrado da Qualidade da Água das Bacias Cênicas de Bonito e Jardim, dentre outros trabalhos.

O Ciclo de Palestras do Comitê teve o suporte técnico da Mupan - Mulheres em Ação no Pantanal para transmissão online da reunião. Além da participação do geográfo Julio Fernandes que, na ocasião, representou a diretora geral da insituição, Áurea Garcia.


Também marcaram presença no evento representantes do Sindicato Rural Bonito; Prefeitura Municipal de Bonito; Secretaria de Turismo e Meio Ambiente de Bodoquena; Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação); IHP; Imasul; Fundação Neotrópica do Brasil; Grupos Unidos da Serra da Bodoquena e Câmara Técnica de Conservação do Solo e Água.

Água - A bacia do Rio Miranda está inserida na região hidrográfica do Rio Paraguai, em Mato Grosso do Sul, que ocupa área de 42.993,83 km², envolvendo o território de 20 municípios do Estado.

Os rios da bacia passa pelos municípios de Anastácio, Aquidauana, Bandeirantes, Bodoquena, Bonito, Campo Grande, Corguinho, Corumbá, Dois Irmão do Buriti, Guia Lopes da Laguna, Jaraguari, Jardim, Maracaju, Miranda, Nioaque, Ponta Porã, Rochedo, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Terenos.